quinta-feira, 22 de março de 2012

Estado de SP levará 25 anos para ter 100% de esgoto tratado


Atualmente, dejetos de 51% das residências do Estado de São Paulo vão para as águas dos rios e, neste ritmo, índice somente será zerado em 25 anos. Enquanto, isso os rios permanecem poluídos

Nesta quinta-feira (22 de março), data em que se comemora o Dia Internacional da Água, o Estado de São Paulo não tem nada a comemorar na relação direta entre poluição dos rios e tratamento de esgoto. Isto porque dados do relatório Situação dos Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, divulgado pela Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos apontam que ainda existem regiões paulistas onde apenas 4% do esgoto recebe tratamento e todo o resto dos dejetos cai nos rios. As informações mais recentes são do ano de 2009 e evidenciam as desigualdades nos índices de coleta e de tratamento dos dejetos nas diferentes regiões paulistas.

Caso o porcentual médio continue a avançar no ritmo de dez pontos porcentuais a cada cinco anos, São Paulo levará mais 25 anos para ter 100% do esgoto tratado.

A Bacia Hidrográfica da Serra da Mantiqueira é a que tem o menor índice de tratamento: 96% do esgoto gerado por seus 64,3 mil habitantes não é tratado antes de ser despejado nos rios. A região é composta por três cidades, todas importantes polos turísticos: Campos de Jordão, Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí. 

A região da Serra da Mantiqueira é também uma das piores quando o assunto é a destinação de detritos - apenas 15,2% dos resíduos domésticos são dispostos em aterros adequados, o que contribui para a contaminação dos lençóis freáticos, mostra o relatório do governo. 

Em segundo e terceiro lugares estão outros polos turísticos: a Baixada Santista, com 1,6 milhão de habitantes e 9% de tratamento de esgoto, e a bacia do litoral norte, onde moram 275 mil pessoas e o índice de tratamento é de 34%. Números como esses chamam ainda mais a atenção se comparados com o maior exemplo positivo, a Bacia de São José dos Dourados, no oeste paulista, onde 97% do esgoto gerado pelos 223 mil habitantes é tratado.

Para o membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), Carlos Bocuhy, o investimento em saneamento ainda é baixo se comparado com outras áreas, como a de transportes. "Investem naquilo em que há mais visibilidade. É só comparar o quanto se investe na construção de estradas para automóveis, o que é poluente", afirmou o especialista.

Água permanece imprópria em 66% das praias paulistas 

A qualidade da água em 66% das praias paulistas permaneceu imprópria durante todo o ano de 2009, de acordo com dados do governo do Estado, por causa da emissão de esgoto no mar. Apesar do mau resultado, a qualidade das águas era ainda pior em 2008, quando 77% das praias eram impróprias. O levantamento é feito com base no monitoramento da densidade de bactérias fecais presentes na água.

A Baixada Santista foi a responsável por parte da melhora nas estatísticas da balneabilidade das praias do litoral paulista. Em 2008, as águas de todas as praias da região eram consideradas impróprias. No ano seguinte, 18% passaram a ser consideradas próprias. O litoral sul, no entanto, não teve nenhuma melhora no mesmo período.

A situação foi mais positiva no litoral norte. De acordo com a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, 20% das praias dessa região apresentaram melhora na qualidade da água.

*com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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