domingo, 3 de agosto de 2014

Padilha promete pacote de R$ 13 bilhões para crise de água em SP


JOSÉ MARQUES




O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, divulgou nesta sexta-feira (1º) um plano de R$ 13 bilhões em investimentos, caso seja eleito, para combater a crise de água do Estado. Seriam R$ 5 bilhões de obras emergenciais e estruturantes e R$ 8 bilhões para manutenção e redução de perdas em quatro anos.
Em reunião com jornalistas num hotel no centro da capital, o petista apresentou um programa de "recuperação da segurança hídrica" que inclui transposição de água, ligação de rios com represas, construção de barragens e de um sistema produtor em São Lourenço.
Os recursos viriam de parte dos lucros da Sabesp (Empresa de Saneamento do Estado) e do governo federal, através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Joel Silva/Folhapress
Alexandre Padilha durante coletiva para falar sobre a falta de água no Estado de SP
Alexandre Padilha durante coletiva para falar sobre a falta de água no Estado de SP
As obras, segundo ele, ficariam prontas até 2018, último ano de mandato do próximo governo. Padilha também disse que manteria bônus de 30% de desconto na conta de quem economizar 20% do consumo de água e daria incentivo tributário para atividades industriais e serviços urbanos que façam reuso e captem água da chuva.
O candidato não respondeu se faria racionamento de água antes das obras estarem prontas. Questionado, Padilha disse apenas que agiria com "transparência" à população. Ele disse ser "contra" medidas como a sobretaxa para quem aumenta o uso da água. O pagamento extra chegou a ser anunciado pelo governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB), que voltou atrás no início da campanha eleitoral.
Padilha também não estimou um prazo, em um provável mandato, da possibilidade de um fim da situação de insegurança hídrica no Estado.
Nesta segunda (28), o MPF (Ministério Público Federal) recomendou que o governo estadual e a Sabesp apresentem projetos para a implementação imediata do racionamento de água nas regiões atendidas pelo sistema Cantareira. A Sabesp afirmou, em nota, que "discorda frontalmente da imposição de um racionamento". A companhia disse que isso penalizariam a população.
Folha revelou nesta sexta que a queda na produção de água do sistema Cantareira nos últimos cinco meses já é equivalente a uma situação de racionamento.
ATAQUES
Além dos investimentos, o petista atacou o governo de Alckmin. Segundo ele, desde a renovação da outorga no sistema Cantareira, em outubro de 2004, já se apontava uma série de ações que deviam ter sido feitas para evitar a crise. "Se o governador tivesse cumprido compromisso nos prazos estipulados, São Paulo não estaria vivendo falta de água", afirmou.
Ele afirmou que o governo faz um "pacote de maldades" com "cortes de água" em cidades da Grande São Paulo –reduto onde o PT é mais forte no Estado e local dos principais eventos do início da campanha de Padilha.
O candidato afirma que há 20 anos as perdas de água da Sabesp eram de 32,5% e que, atualmente, se mantêm em 32%. Chico Brito, prefeito de Embu e coordenador do grupo de trabalho de recursos hídricos do petista, diz que, com as obras, a perda pode ser reduzida para até 20%.

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