quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O que virá depois? da pra imaginar .... Sabesp e Sanasa de campinas pretendem criar empresa de saneamento


No dia 9 de abril de 2013, O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Sabesp, e a Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A) assinaram  um protocolo de intenções com objetivo de desenvolver estudos na perspectiva de universalizar o saneamento básico na Região Metropolitana de Campinas. A região é uma das mais importantes do Estado.
No próximo dia 19, a presidente da Sabesp deve se reunir com o presidente da Sanasa para discutir a viabilidade da criação de uma nova empresa que seria fruto da união das duas para atuar na região.
A intenção da Sanasa e deter 51% das ações da nova empresa.
Dos 19 municípios que integram a região apenas 4 tem a Sabesp como operadora, todos enfrentam o mesmo desafio: tratar os esgotos coletados.  A ideia é que essa empresa, através, de uma articulação metropolitana possa atender os municípios que aceitarem que a nova empresa se responsabilize pelos serviços de tratamento dos esgotos.
Mas vejam o que diz o diretor comercial da Sanasa, Luiz Carlos Souza, “a empresa municipal tem interesse em se associar, porque tem tecnologia avançada para tratar o esgoto e seria um negócio lucrativo para a Sanasa”. Trata o saneamento como um “negocio lucrativo”.
Para os menos avisados poderia parecer uma proposta interessante, que fortalece a ação pública no saneamento. Ocorre que, caso uma proposta como essa se efetive, a possibilidade de se intensificar a corrida do setor privado para operar os serviços, prometendo resolver todos os problemas num curto espaço de tempo, será grande, ainda mais tratando-se de uma das regiões mais ricas do Estado. Só para lembrar, a intenção do setor privado no Brasil, que hoje opera cerca de 10% do “negocio” saneamento (nas palavras de seus representantes), pretendem, em poucos anos ampliar essa participação para 40%.
A saída para superar os desafios da região, na área de saneamento, é fortalecer os operadores municipais com apoio do Governo do Estado. As politicais do Governo para os municípios que operam diretamente seus serviços de saneamento praticamente inexistem. O Governo de São Paulo destina míseros recursos para poucos programas e ações nessa área. Vale lembrar que, como maior acionista da Sabesp, 50,3% das ações, recebe dividendos que não são reinvestidos em saneamento.
Além disso, é necessário fortalecer os arranjos regionais, criar orçamento regional com base nas demandas propostas pelos governos locais e sociedade civil. Não será criando uma super empresa, alvo fácil do setor privado, que se garantirá saneamento para toda a população da região.
Não estranharia se o jogo já não foi combinado. Por isso é importante que os sindicatos de trabalhadores (as), movimento popular e social se mobilizem para evitar surpresas no futuro.
Edson Aparecido da Silva
Coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental - FNSA

Assessor da Federação Nacional dos Urbanitários - FNU

09/04/2013 às 17:00
O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Sabesp, e a Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A) assinam hoje um protocolo de intenções com objetivo de desenvolver estudos que levem à universalização do saneamento básico na Região Metropolitana de Campinas. Isso significa proporcionar 100% na distribuição de água, na coleta e no tratamento de esgotos para os 19 municípios locais.
O documento pretende identificar interesses comuns entre o Governo do Estado e as Prefeituras da região na aceleração da universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário. “Essa parceria entre a Sabesp e as prefeituras irá propiciar água tratada, coleta e tratamento de esgoto para os moradores da região de Campinas”, afirmou o governador Geraldo Alckmin.
A iniciativa pretende aumentar a sinergia entre os entes federativos e propor ações conjuntas e coordenadas entre as partes, possibilitando um diagnóstico detalhado do saneamento na região, a elaboração de estudos e propostas conjuntas de soluções por meio dessa parceria estratégica celebrada pelo protocolo de intenções.
O acordo prevê a elaboração de termos de compromisso, planos, programas, projetos e convênios, contendo os objetivos e obrigações das partes, os resultados esperados e o cronograma de execução, bem como a constituição de grupos gestores das obras necessárias.

ESTUDO
Ação unificada em prol da água
Sanasa e Sabesp estudam formação de empresa para gerir sistema de abastecimento e de coleta e tratamento de esgoto; objetivo é universalizar o serviço na região metropolitana

CORREIO POPULAR -11/11/2013 - 10h34 | Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) querem se associar e criar uma empresa para levar água e fazer a coleta e o tratamento do esgoto nas cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). A pretensão da Sanasa é ter 51% da nova companhia que uniria as estruturas das duas empresas para ofertar serviços às cidades que têm dificuldades em conseguir a universalização da oferta de água, da coleta e tratamento de esgoto.

No dia 19, o presidente da Sanasa, Arly de Lara Romeo, e a presidente da Sabesp, Dilma Pena, se reúnem para começar a discutir a viabilidade da constituição da nova empresa. “Precisamos definir uma política metropolitana de saneamento e estamos fazendo estudos para ver qual seria o capital mínimo a ser aportado. O maior capital, de fato, é o conhecimento que tanto Sanasa e Sabesp possuem”, afirmou. A atuação da nova companhia seria feita, conforme Romeo, por meio de concessão dos municípios e sua receita seria a tarifa.

Atualmente, das 19 cidades da RMC, 15 têm empresas próprias de saneamento. Hortolândia, Paulínia, Monte Mor e Itatiba são atendidas pela Sabesp. Segundo o diretor co      mercial da Sanasa, Luiz Carlos Souza, a empresa municipal tem interesse em se associar, porque tem tecnologia avançada para tratar o esgoto e seria um negócio lucrativo para a Sanasa. “É apenas um início de conversa, dentro de um protocolo de intenções que foi assinado com o governo do Estado”, afirmou.

Esse protocolo, assinado em abril, prevê o desenvolvimento de estudos pelas duas empresas, que levem à universalização do saneamento básico na RMC. O documento pretende identificar interesses comuns entre o Governo do Estado e as Prefeituras da região na aceleração da universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário.

A iniciativa, segundo o governo do Estado, pretende aumentar a sinergia entre os entes federativos e propor ações conjuntas e coordenadas entre as partes, para um diagnóstico detalhado do saneamento na região, a elaboração de estudos e propostas conjuntas de soluções por meio dessa parceria estratégica celebrada pelo protocolo de intenções.

O acordo prevê a elaboração de termos de compromisso, planos, programas, projetos e convênios, contendo os objetivos e obrigações das partes, os resultados esperados e o cronograma de execução, bem como a constituição de grupos gestores das obras necessárias.

A RMC tem, atualmente, 86,9% dos domicílios com rede de esgoto e 98% com rede de água. O maior desafio tem sido tratar o esgoto coletado. No ano passado, cinco cidades da RMC firmaram acordo com o Ministério Público e aceitaram melhorar as condições de tratamento do esgoto do município até 2014. Serão investidos R$ 359,4 milhões na região para a construção, reforma ou ampliação de oito ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto), em Americana, Campinas, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré e Nova Odessa. Outros R$ 20 milhões serão
investidos em compensações ambientais.

A constituição de uma empresa para atendimento regional é uma proposta que Sanasa e Cetesb avaliam há anos. O assunto retornou a pauta, diante da constatação que muitas cidades têm dificuldades em universalizar o saneamento. Sanasa e Cetesb já chegaram a discutir alguns projetos na região, como no caso de uma parceria para abastecer o Residencial Clube Santa Clara do Lago, em Monte Mor, e o bairro Santa Rita de Cássia, em Campinas. Os bairros estão situados no limite das duas cidades. O Residencial Santa Clara do Lago fica na região do Campo

Grande e surgiu de um terreno do Clube Santa Clara, que foi loteado sem regularização e sem infraestrutura, mas fica em território de Monte Mor. A maioria dos moradores vota em Campinas, usa os equipamentos públicos de Campinas, tem toda sua vida na cidade de Campinas e o único acesso ao bairro é por Campinas. O convênio, articulado no ano passado, não foi assinado ainda.


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