sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Fraudes no uso da água tiram da Embasa R$ 9,5 milhões por ano

Tribuna da Bahia, 07/11/2013 - Cidade

por
Noemi Flores
Publicada em 07/11/2013 00:05:00
Continuam ações fraudulentas de utilização da água canalizada e tratada pela  Empresa Baiana de Saneamento (Embasa) que podem chegar ao mesmo prejuízo do ano passado na ordem dos R$ 9,5 milhões com 31,7 mil fraudes registradas ou muito mais, já que nem toda a atividade fraudulenta é descoberta, mesmo com uma rotina de fiscalizações periódicas. Muitos destes casos são de inadimplentes que reabrem indevidamente o registro de água quando cortada por falta de pagamento.
De acordo com a Embasa, o relatório dos casos de fraudes e prejuízos da empresa é  feito mensalmente e lançado no final do ano, mas, faltando um mês para o encerramento do ano, já se tem uma estimativa semelhante a do ano passado em termos de números de fraudes e os prejuízos que a empresa tem.
Sobre a inadimplência, segundo o superintendente de Abastecimento da Embasa para Salvador e Região Metropolitana, José Moreira, este é  um outro agravante para o abastecimento em zonas críticas, a exemplo da região de  Sussuarana, que, das cerca de 33 mil ligações cadastradas pela Embasa, apenas 655 estão adimplentes.
“Tais ligações, por não possuírem controle, passam a ter consumo elevado, aumentando o desperdício e inviabilizando o fornecimento de água de forma adequada”,  afirma José Moreira, acrescentando que estudos realizados pela empresa indicam que aproximadamente 80% das ligações inadimplentes no cadastro da Embasa são reabertas indevidamente sem o conhecimento da empresa, apesar das fiscalizações periódicas.
Outro problema levantado pelo superintendente de abastecimento são os casos dos lava jatos irregulares na cidade, que também fazem parte deste consumo fraudulento. A Embasa estima que haja cerca de 850 lava jatos irregulares em Salvador que causam um desperdício de água em torno de 51 milhões de litros por mês.
Esta quantidade de água seria suficiente para abastecer 5,1 mil famílias de cinco pessoas cada durante o mesmo período. Cabe à Embasa a identificação, retirada e regularização das ligações indevidas, ações que, por si só, não resolvem o problema, já que a empresa não tem poder de polícia e os fraudadores, muitas vezes, restabelecem a ligação clandestina. A autuação destas irregularidades é de responsabilidade da Prefeitura de Salvador.”Na prática, o grande número de clandestinos, fraudes e lava a jatos irregulares acaba desviando a água que deveria abastecer as ligações regulares”, conclui José Moreira.
De acordo com a Embasa, as regiões de ocupação irregular intensa são Sussuarana, Calabetão e Mata Escura, alvo recorrente das inspeções da Embasa. E além da grande incidência de ligações clandestinas, o abastecimento nessas áreas é prejudicado também pela existência de imóveis com dois ou três pavimentos sem instalações hidráulicas internas adequadas.
Existe uma regra que estipula: para imóveis com mais de um pavimento, a Resolução 001/2011 da Coresab (atual Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia - Agersa) determina a instalação de reservatório inferior equipado com bomba para abastecer os demais andares. A medida é necessária.

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